segunda-feira, 28 de março de 2011

Caminhoneiro Solitário

Ainda era madrugada
tinha que pegar a estrada,
mais uma carga entregar.
O despertador tocava,
eu nos braços da amada,
tinha de me levantar.


A luz do quarto acendia
sua beleza eu via.
Ficava a me deslumbrar.
O que nós tinhamos começado,
tivemos de deixar de lado
não podia me atrasar.


Seu perfume eu sentia
a cada curva que eu fazia
sempre com muita atenção.
Só pensava na amada
que na cama ainda estava
pensando nesta paixão.


Com o ronco do motor
eu pensava em meu amor
que mais longe ia ficando.
Não podia vacilar,
tinha hora pra chegar
e a estrada não ajudando.


Cheguei adiantado 
estava tudo apagado,
tive de esperar.
Tinha de fazer a descarga,
voltar logo pra casa
pra meu amor encontrar.


Mais uma missão cumprida
nessa profissão sofrida,
contudo a carga entreguei.
Pra casa ia voltado
ela estava me esperando,
pros teus braços retornei!

Amigo de verdade

Amigo de verdade,
nunca trai uma amizade.
Agora quero contar,
amigo não é de botequim
o seu nome é Chapolin
nele posso acreditar.


Esse amigo tem um irmão 
Que mora lá em Barão
sua história vou contar.
Ele é caminhoneiro,
do apelido Tropeiro,
de sua origem herdar.


Como é bom ter um abrigo,
contar com um grande amigo
poder desabafar.
Esse amigo tem história,
vou começar agora
sua tragetória contar.


Uma linda história de vida
na sua familia querida
tem alguém a se destacar,
sei que tem alguém
que ele quer muito bem
É sua rainha do lar!


Estou contando sua história,
ele mesmo que pediu.
Não sei muito a seu respeito,
sei que é pessoa de bril.
Com muita dignidade
este é o seu perfil.


Pra falar de um grande amigo
mexe com o coração,
ele sempre está disposto
a abrir a sua mão,
ajudando quem precisa
com muita satisfação.


Vou terminar esses versos 
falando de seu irmão
José Luiz é seu nome
Caminhoneiro dos bons
E tropeiro traz no sangue 
herdeiro da geração.

"Versos dedicados a meus amigos José Luiz e Chapolin"

segunda-feira, 14 de março de 2011

Espinho Cravado

Rancho triste,
é tão triste e abandonado
recordando o passado,
depois que ela se mudou.
Ranchinho tiste
ele é triste de saudade,
daquela felicidade
que no rancho ela deixou.

Recordo das manhãs de primavera
Onde eu passeava com ela
lá perto do ribeirão.
Até a natureza parece que sabia
Vendo nossa alegria
onde tudo era tão bom.

Hoje no ranchinho
não existe alegria
onde com ela eu vivia,
tudo por aqui mudou.
Até a roseira que ela plantou com carinho
hoje resta só o espinho
que em meu peito se cravou.

E o espinho no meu peito está cravado
ninguém arranca o danado
só ela pode tirar
Hoje choro de tristeza,
arrependido, pedindo pra ela abrigo,
pra que a nois possa voltar.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Chofer de Caminhão

Já escrevi muita história
Mas está ainda não.
É a minha trajetória
sobre a minha profissão
que sempre exerci
com muita dedicação
Muita estrada eu rodei
Por esse imenso rincão.


Quando comecei
nem asfalto se sonhava
a estrada era de terra
onde a gente transitava
O transporte perigoso
no tambor se carregava
Que trago sempre na lembrança 
dos velhos amigos de estrada.


A presa não existia
as estradas esboraquiadas
se precisava de ajuda
logo se encontrava
telefone não se tinha
nem restaurante de estrada
a gente só comia
nas pensões que se encontrava.


Hoje tenho saudades
dos companheiros de estrada
ladrão não existia
carga ninguém roubava.
Dormia em qualquer lugar
quando o caminhão atolava
No outro dia seguia viagem 
ajuda nunca faltava.


Os estradeiros da época
o país todo esqueceu
hoje ninguém mais se lembra
do famoso Alfa Romeo
Que na construção de Brasília
Muita ajuda nos deu.
No Planalto Central tudo isso aconteceu.


Na época tudo mudava
eu de lá também mudei
na cidade de São Paulo
na capital eu cheguei.
Sempre na minha  humildade
muito por lá trabalhei.
E com muito sacrifício
meu caminhão comprei.


Na capital paulistana 
muita riqueza transportei
no bairro de Santo Amaro
numa empresa agreguei.
Transportando o progresso
muitos anos lá fiquei.
Sempre com muita honestidade
nos lugares onde passei.


Os filhos foram crescendo
queria ver estudar
Sempre paguei a escola
para vê-los se formar.
Mas o destino não quis
queriam trabalhar
a profissão do pai 
quiseram continuar.


Veja como é o destino
desse simples cidadão
Hoje sou um veterano
da honrosa profissão.
Os filhos estão na estrada
para dar continuação
hoje são carreteiros
e eu chofer de caminhão.